janeiro 18, 2010

Moody Blues - Nights In White Satin

Uma das coisas que mais me doeu, no meu degredo para a Guiné, foi a falta do meu companheiro do costume. Essa terapia maravilhosa que é o jazz. Exactamente onde mais falta me fazia, não estava lá. Não havia ipod's nem MP3 nem DVD. Apenas aqueles discos pretos, meus amigos estimados, que me era impensável sujeitar às severas condições locais.
No entanto, num buraco chamado Fulacunda, onde fui despejado, havia, para minha surpresa, um gira discos portátil, estereo, com colunas destacáveis, e um disco. Só um disco! Days of Future Passed. Não conhecia, arredado que estava de quase tudo o que não era jazz.
Passei horas de ócio, que na situação era quase todo o dia, sentado entre as duas colunas, a ouvir essa única âncora à civilização. Simplesmente a ouvir ou acompanhando a leitura dos poucos livros que me couberam na bagagem. Durante quatro meses!
Essa música funcionava como suporte onírico fazendo-me voar para fora daquele local, para perto dos que amava, para os locais familiares e inventados, para perto do meu mar.
Deparei com este clip que representa um pouco essas viagens



São estes os sítios mas eu o mesmo não sou ... nem eles...


Quando vejo estes músicos, décadas passadas, a repetir os mesmos solos, as mesmas orquestrações ad nauseam, sempre me ocorre se são homens ou máquinas que actuam. é por isso, também, que adoro o jazz; o pavor da rotina.

4 comentários:

ml disse...

Por acaso o rock progressivo não faz o meu género, tirando os Genesis, os Pink Floyd (caso os experts permitam colocá-los nessa área) e pouco mais. E os Jethro Tull.

É, há muitos músicos e bandas que têm tendência a repetir-se à exaustão, talvez porque o seu público ainda seja o mesmo.

E não é que morra de desgosto com os Moody Blues do ‘Days of Future Passed’, mas são muito... afinadinhos e maviosos, demais para o meu gosto. Têm um disco do início de carreira, que desapareceu da circulação, em que eram muito diferentes. Roqueiros. :P


Li o post que colocou lá mais para trás sobre os Genesis pós-Gabriel e entregues ao Phil Collins.
Grrrrrrrrrrrrrr!!! Este faz parte das minhas aversões de estimação, é a versão cantante do Jack Nicholson no cinema.

E se posso abusar...

http://www.jiwa.fm/#track/225909

ml disse...

.

Eurico Moura disse...

Bem, eu hoje já não os posso ouvir.
Naquele contexto não havia alternativa...

Eurico Moura disse...

Referia-me aos Moodys.
Gostei da sua referência dos Genesis...