Eugénio de Andrade, um dos grandes arquitectos da nossa poesia. Deixo aqui mais um poema, de Eugénio de Andrade musicado por Fausto Bordalo Dias, (no cd Atrás dos tempos vêm tempos).
Não canto porque sonho.
Não canto porque sonho. Canto porque és real. Canto o teu olhar maduro, teu sorriso puro, a tua graça animal.
Canto porque sou homem. Se não cantasse seria mesmo bicho sadio embriagado na alegria da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece. Porque o feno amadurece nos teus braços deslumbrados. Porque o meu corpo estremece ao vê-los nus e suados.
2 comentários:
Eugénio de Andrade, um dos grandes arquitectos da nossa poesia. Deixo aqui mais um poema, de Eugénio de Andrade musicado por Fausto Bordalo Dias, (no cd Atrás dos tempos vêm tempos).
Não canto porque sonho.
Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,
a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
ao vê-los nus e suados.
Ah, Rafael... Como esse poema me perseguiu em tantos adeus.
Muito bem dito, aqui...
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